domingo, 14 de fevereiro de 2016

PSICOSSOMÁTICA


COMPREENDENDO AS DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS




Ao buscar no dicionário o significado da palavra “Psicossomática”, encontra-se a definição de uma ciência interdisciplinar que integra diversas especialidades para estudar os efeitos de fatores sociais, psicológicos e comportamentais sobre processos orgânicos do corpo e sobre o bem-estar das pessoas, que é causado ou agravado por estresse psíquico, geralmente involuntário e inconsciente, acompanhado de certas alterações do sistema nervoso. Quando um indivíduo manifesta seus sentimentos, necessidades ou conflitos de forma fisiológica. Em suma, quando ocorrem alterações orgânicas, baseadas em comportamentos e/ou sentimentos psicopatológicos.

Muitas pessoas acreditam na existência das doenças psicossomáticas. Contudo, o fato de possuir doença psicossomática ou passar por somatização, não significa necessariamente que não há doença. As expressões:
· “Isso é coisa da sua cabeça;”
· “Você não tem nada, é psicossomático, está apenas somatizando”;
Causam irritações, tendo em vista, que há evidências de problemas de saúde, pois os sintomas são reais, isto é, há dores, há edemas, erupções, secreções, paralisações... E ouvir aquelas expressões acima, soa como banalização do sofrimento.

A fim de esclarecer ainda mais esse contexto, apresenta-se a definição da palavra "somatização", que se refere à presença de sintomas físicos, mas não há doença orgânica. A causa destes sintomas é emocional. Por exemplo: Na síndrome do pânico a pessoa apresenta sintomas orgânicos idênticos ao ataque do coração, ou a problemas intestinais, mas o médico, não detecta cardiopatia alguma em seus exames. Nesse sentido, a equipe multiprofissional deve ser consultada para descartar patologias orgânicas e avaliar a hipótese de processo de somatização. Um psicólogo ou psiquiatra pode diagnosticar corretamente se sua doença tem origem psicossomática ou não.

As doenças psicossomáticas se caracterizam então, pela presença de alterações clínicas detectáveis por exames laboratoriais e/ou de imagem, ou seja, o corpo da pessoa apresenta danos físicos. Existe de fato uma doença orgânica, mas com “causa” psicológica. Nas vivências de forte estresse emocional, o corpo reage informando que algo não está bem. Podem-se observar alguns exemplos:
Pele – irritação, alergias, coceiras, vermelhidão.
Estômago – má digestão, enjôos, vômitos, azia.
Intestino – diarreia.
Garganta – Irritação, tosse, dificuldade para respirar, dor, inflamação e perda da voz.
Sistema imunológico - gripe, herpes, etc.
Cabeça - dores, enxaqueca.

O que se percebe, é que muitos pacientes fazem várias consultas médicas, com diferentes especialistas, amenizam alguns dos sintomas, mas os mesmos recorrem. Sendo assim, após várias tentativas de tratamentos medicamentosos, a célebre frase é dita: “Não tem mais nada há fazer com seus sintomas, procure um psicólogo, pois deve ser problema de causa emocional”. E assim, o psicólogo se torna à última opção, uma tábua de salvação.

“Toda doença é também o veículo de um pedido de amor e atenção.” M. Balint

A Psicoterapia de Base Analítica busca tratar esses pacientes em primeiro lugar, através da criação de uma demanda interna nele, para que realmente exista o desejo de iniciar esse processo como protagonista e não como espectador, além desenvolver a crença no profissional que irá acompanhá-lo. Sentir-se seguro em estar com seu corpo, sua doença e livre de julgamentos, pode definir o vínculo dessa relação Paciente X Psicólogo. Outro aspecto importante nesse início de tratamento é o respeito com o sintoma e a dor que lhe causa tanto sofrimento. São essas, as particularidades que se não forem levadas em consideração, torna-se provável que o paciente nem retorne à terapia.

Posteriormente, na Psicoterapia de Base Analítica, faz-se a reconstituição histórica, cronológica, a integração de ambas, acontecimentos e o surgimento dos processos somáticos. Nessa sequência, trabalha-se a identidade de um ser não doente, os ganhos secundários e demais mecanismos presentes nesse desenvolvimento. E o que fazer com a “dor” durante as intermináveis sessões psicoterapêuticas, perguntam os pacientes. E a resposta vem sugerida por mim, autora desse blog, que indico a Acupuntura sendo associada ao processo analítico, pois dessa forma, tratam-se os desequilíbrios fisiológicos e energéticos, simultaneamente com o desvendar das causas psicoemocionais dessa patologia psicossomática.


GERALDO Caldeira, José Diogo Martins. PSICOSSOMÁTICA: TEORIA E PRÁTICA. Editora: ARTESÃ. Ano: 2013 (2ª Edição).

MELLO Filho Julio e Colaboradores. PSICOSSOMÁTICA HOJE. Editora: Artes Médicas, 1992.


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