quarta-feira, 2 de março de 2016

PROBLEMAS PSICOEMOCIONAIS EM MULHERES


DIA 08 DE MARÇO, DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Dia 10 de Março de 2016 a partir das 15 h, estarei dando uma entrevista na Rádio Fátima, no Programa do JS, falando sobre a saúde mental das pessoas do sexo feminino, em alusão ao dia Internacional da Mulher. Deixo alguns pontos que embasarão nosso diálogo nesta tarde.





PROBLEMAS PSICOEMOCIONAIS EM MULHERES

Uma das características marcantes da mulher contemporânea é o desempenho concomitante de diferentes funções. Mãe, esposa, profissional, cidadã, mulher; Além disso, a pressão, às vezes sutil, imposta pela indústria da “beleza”, para o alcance de padrões estéticos cada vez mais distantes da realidade afeta como fator agravante à sobrecarga emocional. Portanto, o grande desafio da mulher de hoje, é aprender de que forma manter a saúde mental e, principalmente, a qualidade de vida apesar dos diversos agentes internos e externos que influenciam no surgimento de transtornos psicoemocionais femininos.
Percebe-se, nos diversos dados epidemiológicos, que as mulheres apresentaram maior freqüência de transtornos afetivos; transtornos ansiosos, ansiedade generalizada e fobia social; transtornos dissociativos, transes e perdas de consciência e transtornos alimentares.
Os homens apresentaram maiores taxas de uso nocivo ou dependência de drogas, incluindo tabaco e álcool. 
Estudos revelam que as mulheres representam 70% dos indivíduos que buscam atendimentos em ambulatórios de psicoterapia. O perfil se refere a adultos jovens, com idade entre 18 e 45 anos que apresentam como principal diagnóstico de triagem os transtornos de humor, representando 72,8% dos casos. Os transtornos mentais e de comportamento decorrente do uso de substâncias psicoativas representam 53,3%. Nas mulheres a média de idade situa-se nos 43 anos, enquanto que nos homens a idade média recai nos 41 anos. (Enk e cols. 2000).
Faz-se necessário conhecermos as principais queixas que motivaram a busca pelos atendimentos psicológicos, considerando ambos os sexos, pois se referem a problemas afetivos e emocionais, dificuldades em lidar com situações do dia-a-dia, insegurança e baixa autoestima, classificando assim como conflitos crônicos.
Ao analisarmos as causas dos transtornos mentais nas mulheres, identifica-se uma relação direta de conflitos com a realidade social, tendo em vista que atualmente elas vivem sob pressão das exigências do cotidiano, como por exemplo, as tarefas domésticas, o cuidado com os filhos, compromissos com menores e/ou idosos da família e as imposições do mercado de trabalho.
Todos esses aspectos além de ser a possível causa de transtornos mentais, também são promotores de internações psiquiátricas das mulheres, segundo mostram as pesquisas. Destaca-se a faixa etária entre 26-35 anos que é predominante no caso das internações das mesmas. (Gastal e cols. 2006)
Outra justificativa que vem sendo amplamente discutida para explicar as diferenças de gênero nos processos depressivos é que as mulheres teriam maior facilidade de identificar sintomas, admitir que estejam deprimidas e de buscar ajuda muito mais frequente que os homens, os quais resistem ao reconhecimento do seu sofrimento, bem como negam a possibilidade de pedirem ajuda profissional.
Na adolescência, percebem-se os conflitos típicos dessa fase da vida, mas que, no entanto, destaca-se no sexo feminino, a inclusão num mundo de responsabilidades, repleto de desafios, a cobrança por uma postura madura que vai da forma de vestir-se ao vocabulário de poucas gírias, se conectando com a vida adulta, entre outros. 
Na fase adulta, as crises podem surgir conforme descrito na introdução, devido os inúmeros papéis desempenhados. E no encaminhamento da terceira idade, surge o desequilíbrio hormonal do climatério, o sentimento de solidão a partir da independência dos filhos, entre as possíveis limitações do corpo físico, já mais velho.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Gastal, F., Leite, S., Treptow, E., Marini, S., Noal, M., Binz, M. & Amaral, M. (2006). DOENÇA MENTAL, MULHERES DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL: UM PERFIL EVOLUTIVO INSTITUCIONAL. Revista de Psiquiatria do RS

Enk, I., Silva, J., Pereira Jr, A., Santos, M., & Homrich, P. (2000). PERFIL DOS PACIENTES ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO DE PSICOTERAPIA NO PERÍODO DE UM ANO EM PORTO ALEGRE. Revista de Psiquiatria do RS.