DIA 08 DE MARÇO, DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Dia 10 de Março de 2016 a partir das 15 h, estarei dando uma entrevista na Rádio Fátima, no Programa do JS, falando sobre a saúde mental das pessoas do sexo feminino, em alusão ao dia Internacional da Mulher. Deixo alguns pontos que embasarão nosso diálogo nesta tarde.
PROBLEMAS PSICOEMOCIONAIS EM MULHERES
Uma
das características marcantes da mulher contemporânea é o desempenho concomitante
de diferentes funções. Mãe, esposa, profissional, cidadã, mulher; Além disso, a
pressão, às vezes sutil, imposta pela indústria da “beleza”, para o alcance de
padrões estéticos cada vez mais distantes da realidade afeta como fator
agravante à sobrecarga emocional. Portanto, o grande desafio da mulher de hoje,
é aprender de que forma manter a saúde mental e, principalmente, a qualidade de
vida apesar dos diversos agentes internos e externos que influenciam no
surgimento de transtornos psicoemocionais femininos.
Percebe-se,
nos diversos dados epidemiológicos, que as mulheres apresentaram maior freqüência
de transtornos afetivos; transtornos ansiosos, ansiedade generalizada e fobia
social; transtornos dissociativos, transes e perdas de consciência e
transtornos alimentares.
Os
homens apresentaram maiores taxas de uso nocivo ou dependência de drogas,
incluindo tabaco e álcool.
Estudos
revelam que as mulheres representam 70% dos indivíduos que buscam atendimentos
em ambulatórios de psicoterapia. O perfil se refere a adultos jovens, com idade
entre 18 e 45 anos que apresentam como principal diagnóstico de triagem os
transtornos de humor, representando 72,8% dos casos. Os transtornos mentais e
de comportamento decorrente do uso de substâncias psicoativas representam
53,3%. Nas mulheres a média de idade situa-se nos 43 anos, enquanto que nos
homens a idade média recai nos 41 anos. (Enk e cols. 2000).
Faz-se
necessário conhecermos as principais queixas que motivaram a busca pelos
atendimentos psicológicos, considerando ambos os sexos, pois se referem a
problemas afetivos e emocionais, dificuldades em lidar com situações do
dia-a-dia, insegurança e baixa autoestima, classificando assim como conflitos
crônicos.
Ao
analisarmos as causas dos transtornos mentais nas mulheres, identifica-se uma
relação direta de conflitos com a realidade social, tendo em vista que
atualmente elas vivem sob pressão das exigências do cotidiano, como por
exemplo, as tarefas domésticas, o cuidado com os filhos, compromissos com
menores e/ou idosos da família e as imposições do mercado de trabalho.
Todos
esses aspectos além de ser a possível causa de transtornos mentais, também são
promotores de internações psiquiátricas das mulheres, segundo mostram as
pesquisas. Destaca-se a faixa etária entre 26-35 anos que é predominante no
caso das internações das mesmas. (Gastal e cols. 2006)
Outra
justificativa que vem sendo amplamente discutida para explicar as diferenças de
gênero nos processos depressivos é que as mulheres teriam maior facilidade de
identificar sintomas, admitir que estejam deprimidas e de buscar ajuda muito
mais frequente que os homens, os quais resistem ao reconhecimento do seu
sofrimento, bem como negam a possibilidade de pedirem ajuda profissional.
Na
adolescência, percebem-se os conflitos típicos dessa fase da vida, mas que, no
entanto, destaca-se no sexo feminino, a inclusão num mundo de
responsabilidades, repleto de desafios, a cobrança por uma postura madura que
vai da forma de vestir-se ao vocabulário de poucas gírias, se conectando com a
vida adulta, entre outros.
Na
fase adulta, as crises podem surgir conforme descrito na introdução, devido os inúmeros
papéis desempenhados. E no encaminhamento da terceira idade, surge o desequilíbrio
hormonal do climatério, o sentimento de solidão a partir da independência dos
filhos, entre as possíveis limitações do corpo físico, já mais velho.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Gastal, F., Leite, S., Treptow, E., Marini, S., Noal, M., Binz, M. &
Amaral, M. (2006). DOENÇA MENTAL,
MULHERES DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL: UM PERFIL EVOLUTIVO INSTITUCIONAL. Revista
de Psiquiatria do RS
Enk, I., Silva, J., Pereira Jr, A., Santos, M., & Homrich, P.
(2000). PERFIL DOS PACIENTES ATENDIDOS
EM UM AMBULATÓRIO DE PSICOTERAPIA NO PERÍODO DE UM ANO EM PORTO ALEGRE. Revista
de Psiquiatria do RS.
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